terça-feira, 27 de março de 2012

V I D A

Carlos Celso Uchoa Cavalcante
(04/fevereiro/2012)

Suavemente caía o orvalho
na transição da noite para o dia
a passarada festejava com euforia
nas árvores, a saltar de galho em galho.

Breve silêncio, de repente tons sutís
a misturar-se ao frescor da tênue brisa
a sinfonia; vez em quando bem concisa
a nota aguda na emissão dos bem-te-vís.

O sol distante, parecendo estar bem perto
chega aos poucos, lindo esplendor aberto
vai despedindo o fascínio da aurora.

É... mais um dia, que repleto de beleza
exuberante exaltando a natureza
mostra a ênfase que da vida aflora.

sábado, 24 de março de 2012

MARTA VALÉRIA (Acróstico)

(Por ocasião do aniversário da
minha filha, em 13 se abril)

M inha criança serás eternamente
A derramar em mim essa alegria!
R ecordo-me, feliz, naquele dia
T eu nascimento que me fez contente
A consagrar em mim a euforia.

V í o clarão que até hoje brilha
A iluminar esse teu rosto lindo!
L evo comigo nos anos que estão indo;
É s ascensão da grande maravilha
R esplandecente, qual um estuário,
I sto eu vejo em teu aniversário
A cada treze de abril, querida filha.


(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-21/março/2012)
Feliz aniversário, filha!

sábado, 17 de março de 2012

T R A U M A

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (17/março/2012)

Madrugada!... levanto-me, assustado
vou ao terraço, observo a rua,
tudo é deserto... realidade crua,
nada se ver, oculta o infestado!

Alienação no próprio lar,
prisioneiro, refém do receio,
já vítima do dono do alheio,
noites insones, vigília singular.

Longos períodos onde roubo, furto
são preteridos; chamam profissão!
ganham espaço aumentando o surto.

Mas... na realidade desse enredo
o coadjuvante é um ladrão
que a nada teme e infeste o medo.

A M Ã E

Carlos Celso mUchoa Cavalcante (15/março/2012)

Ela se foi, mas permanece aqui
junto a mim; na imaginação
ocupa como lar meu coração,
refaz momentos ternos que vivi.

Hoje sou velho, mas quando criança,
uma mulher bonita, carinhosa,
qual uma santa, era tão formosa!
eu guardo eternamente na lembrança.

Musa divina, ícone do amor
as mãos de Deus a fez para criar
a humanidade em seu esplendor.

É a mulher, a mãe, a doce fada
dona de mimos mil para ofertar
a cada filho em sua caminhada.

sábado, 10 de março de 2012

INQUIETUDE

Carlos Celso Uchoa Cavalcante


Uma hora já é, perdi o sono.
levantei-me da casa, vim pra sala;
no meu quarto o cheiro que exala
é do nada, o cheiro do abandono.

Quando ainda na cama, me virava
de um lado pra o outro, inquieto
a fitar as paredes e o teto
lá no ego, baixinho eu murmurava.

O seu nome, às vezes eu não sei
só que muitas, eu balbuciei
no momento insone que sozinho.

Levantei-me do meu leito a sofrer
e na sala vim me entorpecer
no efeito das doses de um vinho.


(dezembro/2004)