sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

LIBERDADE

Carlos Celso Uchoa Cavalcante
(10/dezembro/2011)

Liberdade é contemplar a natureza,
ver a beleza que o poeta inspira,
quando é noite, as estrelas que se mira
a cintilar no céu com sutileza.

Liberdade é ver a criação divina,
a fauna, a flora, os mananciais... a água
ver o quão belo é o rio quando deságua
no oceano, em enorme serpentina.

Liberdade é o que a vida nos concede
quem não a tem é porque certamente excede
nos princípios que chamamos vaidade.

Liberdade plena é ser filho de Deus
ter uma vida dentro dos princípios seus
isto que é a verdadeira liberdade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

NATAL EM CADA LAR

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (23/nov.2011)

Que a paz, a harmonia,
a solidariedade,
abundância de bondade
se irmanem neste dia.

Que o entendimento humano,
com amor, ocupe as mentes
e que não só os presentes
traduzam o gesto ufano.

Que a fé, com humildade,
em cada ser possa estar
esquecendo a vaidade.

E que Jesús, afinal,
comemore em cada lar
o seu dia de natal.

CLÁUDIA SANTOS

(acróstico-08/nov./2011)
Carlos Celso Uchoa Cavalcante

C útis morena, olhar sedutor,
L ábios carnudos, sensualidade,
Á pice da feminilidade,
U ma apoteose de amor;
D eslumbramento de toda beleza
I ncauto, mas buscando sutileza
A imponência mestra do pudor.


S orriso franco, singular, amigo,
A emanar felicidade plena
N a síntese da bela cor morena
T ão fascinante que lhe dá abrigo,
O s dons da natureza num postigo
S istematiza da beleza a cena.

SESSENTA E NOVE

Carlos Celso Uchoa Cavalcante
(04/novembro/2011)

S essenta e nove anos, completei
E neste dia quatro de novembro
S audosamente eu ainda lembro
S ituações felizes que passei;
E nquanto à velhice não cheguei
N a vida tudo foi felicidade
T razendo-me, depois, com essa idade
A glória das escadas que galguei.

E como o amanhã não nos pertence!

N ão se pode fugir dos desenganos,
O dia-a-dia nos causa suspense;
V ivendo mesmo assim a gente vence
E eu quero viver mais, por muitos anos.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

D E S D I T A

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (29/outubro/2011)

Faltam-me lágrimas pra chorar meu pranto,
que sendo tanto, todas dissiparam,
na minha face só a dor deixaram
numa tristeza que é meu acalanto.

Tamanho encanto preencheu meus sonhos
na vida metamórfica que tive,
são tantos sonhos que a gente vive,
fantasmagóricos, até medonhos!

Alguns bisonhos foram meus desejos
na enormidade dos tantos castelos
que construí repletos de lampejos.

Desses almejos fiz-me um epicentro
sentindo a destruição dos elos
a esvair-se todo o ser por dentro.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

QUERIA...

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (04/outubro/2011)

Queria novamente ser criança
ter amiguinhos, brincar sem maldade
não ter que suportar essa saudade
que fez morada na minha lembrança.

Queria soltar pipa, jogar bola,
ter estilingue, pião, também carrinho
sentir mamãe levar-me com carinho
ao ambiente alegre da escola.

Queria se pudesse não ver fome,
não ver a droga que o pudor consome,
queria não temer um desatino.

Queria que os homens, quando eleitos,
mesmo com toda pompa, os direitos
não sonegasse, ao menos, ao menino.

domingo, 25 de setembro de 2011

FESTA NA NATUREZA

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (23/setembro/2011)

Anoiteceu, brilha a lua
e cintilantes estrelas,
daqui nós podemos vê-las
a iluminar a rua.

Noite passa, chega o dia,
eis que vem surgindo o sol,
na beleza do arrebol
prenúncio de alegria.

Com a primavera vindo,
a natureza sorrindo
desabrocha seus amores.

Aves, animais, floresta,
cascata, uma grande festa
ornada por muitas flores.

domingo, 18 de setembro de 2011

A PRIMAVERA

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (18/setembro/2011)

Num ziguezaguear, em tantas cores,
aéreo, exibindo siluetas
adornam o jardim as borboletas
a confundir-se com as diversas flores.

Misturam-se a elas colibris
no nectário que lhes oferecem,
das árvores, com seu canto enaltecem
felizes, a natura, os bem-te-vis.

A luminosidade do sol morno,
suave brisa, todo esse adorno
traduzem mil instantes de quimera.

Aos olhos tudo isso é um encanto
ao ego mais parece um acalanto
a embalar-nos, é a primavera.

sábado, 10 de setembro de 2011

C Ó P U L A

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (10/setembro/2011)

Pecaminosamente chamegava
sobre teu corpo, de maneira astuta,
meu corpo, a buscar pequena gruta
onde o meu desejo penetrava.

O teu sussurro, teu entusiasmo
pactuando a minha loucura,
entre as paredes, sem ter compostura
fazia navegarmos no orgasmo.

Uma fogueira de paixão ardia
naquela nossa doce agonia
onde as vozes já se embargavam.

Nada mais víamos, olhar sereno,
o mundo se tornara tão pequeno
naquele instante em que os dois gozavam.

domingo, 4 de setembro de 2011

DEIXE!...

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (04/setembro/2011)

Deixe!...
que seus cabelos entrelacem os meus dedos,
que nossas bocas se acoplem sufocantes,
que nossos corpos se grudem causticantes,
deuxe que fujam de nós os nossos medos.

Deixe!...
que minhas mãos deslizem nos seus seios
que exuberantes eu possa sentí-los
que sutilmente eu toque seus mamilos,
deixe que frum em nós, todos, anseios.

Deixe!...
que minhas mãos tateiem sua cintura
que os belos côncavos traduzam a vontade
que em você, em mim, o ser invade,
deixe o prazer sanar essa loucura.

Deixe!...
que se aprofunde nossa intimidade
que na volúpia da introdução
que queime mais e mais essa paixão,
deixe que o amor consagre essa vontade.

Deixe!...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MÚTUO DESEJO

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (02/setembro/2011)

Há tanto tempo eu a desejei,
sem perceber, ela também à mim;
um dia encontrando-a num jardim
colhendo flores, lhe cumprimentei.

Como em mágica nasce um lampejo
dali, saimos, para uma alcova
onde pudemos colocar à prova
nús, abraçados, mútuo desejo.

Introduzindo-me no corpo anexo
sentia o derrame do seu sexo
a misturar-se ao esperma meu.

Com muito amor vivemos nosso coito,
você afoita, também eu afoito,
e um desejo antigo aconteceu.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

PAI !...

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (08/agosto/2011)

Pai !...
a tua benção que me fortalece,
o meu abraço que te enaltece,
recordações felizes que ficaram.

Pai !...
o teu carinho, a compreensão,
ensinamentos, a repreensão,
em mim, a boa índole deixaram.

Pai !...
há algumas décadas partiste
fiquei muito pequeno, aqui, tão triste,
com doze anos, pré-adolescente;
eu e mamãe, mais uma irmã pequena
rogava a Deus por uma dor amena
no sofrimento que afligia a gente.

Pai !...
hoje, adulto, eu também sou pai,
meu pensamento ao passado vai
e lembra-me o teu doutrinamento,
mesmo pequeno te fiz meu espelho
aprendi muito sem uso do relho
orgulho de fiel contentamento.

Pai !...
a tua ausência é só de matéria
meu pensamento se fez de artéria
para falar contigo, se quiseres,
estou aqui feliz neste teu dia
num misto de saudade e alegria
te abraçando onde estiveres.

Pai !...
feliz dia dos pais.

sábado, 6 de agosto de 2011

ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (30/julho/2011)

Olhei e ví em êxtase seu rosto
naquele instante em que adentrei;
fiquei atônito, nada perguntei,
sussurrante, ouví, entrou agosto!

Achei suposto o procedimento
inesperado, sem explicação,
movido por tamanha emoção
a exaurir-se naquele momento.

Meu desalento tornou-se pujança
daí é que me veio à lembrança
aquela data e fiquei hilário.

O mês de julho havia terminado
em uma data do mês começado
do nosso enlace era aniversário.

sábado, 23 de julho de 2011

BORBOLETA COR DE ROSA

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (acróstico) 23/julho/2011

B ailarinas flutuantes pareciam;
O colorido a formar um véu
R efletindo como estrelas que do céu
B rilhavam na cadência em que desciam;
O panorama que ofereciam
L egionárias em ação ditosa
E ntre elas, todas elas, mais formosa
T inha o poder que minhas vistas viam
A sedutora e linda cor de rosa.

C ores diversas em exuberância
O nde extasiado ouví sonância
R eproduzida em imaginação

D evaneios, só beleza, sem festim
E ntre as tantas, não sei quantas, que voavam

R itual em que as cores desfilavam
O nde várias borboletas se mostravam
S ensitivo pasmei na mais formosa
A brilhante borboleta cor de rosa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

AS PÉTALAS DAS ROSAS QUE TE DEI

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (17/julho/2011)

As pétalas das rosas que te dei
achei...
jogadas ao relento
sem perfume;

Queixume!

Ouvi do meu coração
intensamente o brado
a comoção
a corroer seus vasos
exterminando
a consistência abalada do meu ser
sofrer...
foi o meu prêmio por te amar demais!
quais,
quais os motivos que te dei pra isso?
omisso
fizeste o amor que almejei!
não sei,
não sei, porque até as rosas destruistes,
partistes!
pra onde fostes ignoro,
se eu choro!
é de tristeza
quando antes não chorei;
achei...
tristes e murchas
causando-me sofrimento
jogadas ao relento
moribundas
imundas
as pétalas das rosas que te dei.

sábado, 16 de julho de 2011

MULHER FATAL

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (16/julho/2011)

Um monumento a caminhar na praia,
ali na orla, cuja faceirice
sobrepujava tudo que é meiguice
quando desnuda-se da mini-saia.

Busto esbelto a exibir os seios,
cintura fina qual de um violão,
anca robusta, glúteo, profusão,
biquini pequenino, meus anseios.

Coxas roliças, pernas torneadas,
corpo excitante, em sutís passadas
pés delicados, ser monumental.

Sob o sol morno, mas a brisa fria
beijava sua tez com alegria
naquele encanto de mulher fatal.

terça-feira, 12 de julho de 2011

FRÁGIL PUJANÇA

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (12/julho/2011)

Como queria encontrar um canto
onde pudesse derramar meu pranto!
no entanto...
sou obrigado a me expor ao mundo.

Ao fundo
na vastidão que embeleza as vistas
eu vejo ou escuto os artistas,
da mãe natura, mostrar os talentos.

Momentos...

Quando ao longe ouço os bem-te-vis
bem perto observo os colibris
a derramar amor sobre florais
nos campos, também, vejo animais
a saltitar em clima de alegria
daí quando retomo a nostalgia
dos tempos idos que não voltam mais.

Meus ais
são embargados lá dentro da alma
obrigando-me a uma falsa calma
que não possuo e que me tortura.

Só amargura
ao ver o mundo em cruel mudança
distante de um fio de esperança
onde a mentira serve de acalanto
deixem meu pranto!
quando um dia não mais suportar,
tudo que ainda haja inundar
e afogar meu resto de pujança.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

VOLÚPIA

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (11/julho/2011)

Os nossos corpos nus enlouquecidos
pelo desejo ardente de amar
orgasmo insistente a derramar
sob a cadência dos nossos gemidos.

Mais atrevidos nossos pensamentos
naquele instante reunia tudo
nossos sussurros num espaço mudo
fazia um só todos os momentos.

Os sentimentos que se mutuavam
os nossos corpos que ali se entregavam
à volúpia febril em nosso ninho.

Fez que, jamais, eu possa esquecer
instantes que me fez entorpecer
inerte pelo excesso de carinho.

terça-feira, 21 de junho de 2011

REPULSA

Carlos Celso Uchôa Cavalcante (21/junho/2011)

Nas entranhas do tempo me envolví
a buscar os momentos que viví
mas o nada estava à minha espera;

Quimera!...

Encontrei os formatos imperfeitos,
aniquilados os meus fiéis preceitos,
vulgar monstro sem elucidação

Então!

No sarcasmo do mundo fui parido
novamente,
aos abutres da vil sociedade
atirado eu fui sem piedade

Insolente!

É o cruel chacal do dia-a-dia
ladrão da minha doce fantasia
da esperança e da alegria
de ver um mundo, tal qual era, lindo
sorrindo
onde crianças, adultos, anciãos
pudessem novamente dar as mãos
mas, não!...
infelizmente, não!
está em voga
a droga!
sem nexo
a prática anômala do sexo;
os vícios!
propícios
à decadência da educação
oh...
não!
cala-te boca,
não resolves;
assim, cada vez mais absorves
ao ego, à alma, ao espírito.

Maldiiitooo!

quero gritar o mais alto que possa
da imundície dessa fossa,
desse amontoado de excremento
imundo
ao mundo
mas...
para que?
porque?...
não tem a quem reclamar!...
ver
ouvir
calar!
mas não aceitar,
apenas pelas lágrimas do rosto
imerso nesse poço de desgosto
calado,
humilhado,
repudiar,
repudiar,
repudiar!...

domingo, 19 de junho de 2011

DIA CONSAGRADO A SÃO JOÃO

Carlos Celso Uchôa Cavalcante (18/junho/2011)

Uma fogueira no terreiro acesa
bandeirolas coloridas no varal
guloseimas de milho sobre a mesa
as crianças brincando no quintal
os adultos conversando em harmonia,
abraços, sorrisos de alegria
é o começo de um cerimonial.

Já é chegado também o sanfoneiro
com seu instrumento a tiracolo
olhando para cada companheiro
já inicia o primeiro solo
faz o triângulo tinido lindo
o zabumbeiro repica rindo
com seu zabumba abraçado ao colo.

Escureceu, no céu a lua brilha
iluminando todo aquele chão
a derramar imensa maravilha
sobre longínquas áreas do sertão
como aquela de que falo agora
e que entusiasta comemora
o "dia consagrado a São João"

Daí, então é tudo começado
extravasando-se felicidade
num clima fielmente conotado
com um perfil de pura humildade
sem exagero, sem sair do tino,
na índole real que o nordestino
tem por herança da natalidade.

É festa simples bem comemorada
que passa o tempo, a gente não esquece
entra na noite sai na madrugada
e só termina quando amanhece
mesmo cansados vê-se o riso manso
agora é a hora do descanso
grata lembrança que em mim permanece.

Pois, é, seu moço! meu Brasil é grande
e tem cultura onde não se investe
mas mesmo assim humildemente expande
pelo talento do "caba-da-peste"
como é tratado aquele cidadão
honesto, que vive no sertão
desse Brasil, nas brenhas do nordeste.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CONTRASTE

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (23/maio/2011)

Um passado confortante
na minha mente transita
aquela infância bonita
que já está bem distante.

Lembro-me que na calçada
eu brincava sem temor
na escola com amor
a professora ensinava.

Nos lares a harmonia
convivendo dia-a-dia
felicitava os casais.

Hoje tudo isso dorme
a diferença é enorme
nesses dias atuais.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

SÓ ASSIM...

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (14/maio/2011)

É tanta gente eloqüente
que hoje sobe à tribuna
ganhando uma fortuna
só pra enganar a gente.

Sempre bonita matéria
no seu dircurso vai lendo
já tão até prometendo
ser "UM BRASIL SEM MISÉRIA"

Oxente! nesse momento
não ver que nem alimento
o povo pode comprar?

Só se respeitar a lei!
desse modo, então eu sei
que a coisa pode mudar.


(obs: que entendes por POVO?)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

EXCLUSO

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (11/maio/2011)

Entre os escombros da minha saudade
fui buscar forças para resistir
jamais achei viesse a ruir,
sem consistência, aquela amizade
onde o respeito em reciprocidade
num absolutismo com carinho
repudiava os atos de maldade
trilhando, com decência, seu caminho.

Mas durou pouco apenas começou
fui humilhado me senti na rua
quando presenciei a frase "exclua"
da sua lista meu nome, onde estou,
daí então só saudade ficou
dentre os amigos o nome "exclui"
hoje pra mim o mundo se calou
com relação ao nome que perdi.

Busco a razão que culminou o fato
mas não encontro e sem lenitivo
nem posso absolver-me do motivo
até porque não houve um relato
o que me deixa mais estupefato
o tratamento com tanta aspereza
aonde recebi um ultimato
sem ter a chance da menor defesa.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

IMAGINAÇÃO

Carlos Celso Uchoa Cavalcante (09/maio/2011)

Espaços de minha casa
interno, colateral,
naquele enorme quintal
onde o prazer se extravasa
as alegrias são tantas
quando o desejo embasa
a brincar por entre as plantas.

As pétalas de uma rosa
com maciez e perfume
muitas vezes em queixume
por uma mulher formosa
mistura-se na miragem
de maneira copiosa
sutil conforme a imagem.

Como acho divertido
brincar com o meu cachorro
ele corre, eu também corro
do tempo fico esquecido
é como fosse criança
e aquele bichinho garrido
não tirarei da lembrança.

Tudo lá é muito belo
a passarada orquestrando
seus cânticos misturando
no panorama singelo
a minha casa modesta
para mim é um castelo
eternamente em festa.

Ela fica encravada
num planalto sertanejo
sozinha de onde vejo
a beleza revelada
da natureza, em meu sonho
não trocaria por nada
esa casa que suponho.

terça-feira, 3 de maio de 2011

CONSTERNAÇÃO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-17/04/2011)

Nada direi se não me perguntares
nada farei se não me exigires
só te olharei na hora que partires
e abraçarei se um dia tu voltares
não pedirei jamais para ficares
cultivarei no peito este meu bem
sei que ninguém na vida é de ninguém
então, se queres ir, partes com Deus
deixa-me aqui com os sonhos meus
que são somente meus demais ninguém.

Quando pensei fosse realidade
a convivência em que o amor fruia
vejo chegar sutil a nostalgia
com quem jamais eu quis cumplicidade
trazendo-me tristeza e saudade
para ocupar o vazio do meu ego
quando inteiro à solidão me entrego
ou me entregas com a tua ida
não sei por quanto tempo em minha vida
vou suportar a dor que já carrego.

Suportarei o quanto for possível
esta aliança de saudade e dor
não posso refutar o meu amor
um sentimento forte invencível
a corroer um peito perecível
que se desgasta pela despedida
inolvidável da tua partida
que demoliu meu castelo de sonhos
os meus momentos hoje são tristonhos
trago na face uma dor refletida.

Com radical impulso decidistes
abandonar-me e ir-se pelo mundo
deixando-me aqui tão moribundo
desde aquele instante em que partistes
meu sofrimento, eu sei que ainda vistes
e mesmo assim a tua decisão
não provocou nenhuma comoção
um coração de pedra há em teu peito
porém se tu voltares eu te aceito
eu só não quero a tua compaixão.

sábado, 30 de abril de 2011

DIA DO TRABALHO

D ia primeiro de maio
I ncita o trabalhador
A proclamar seu valor.

D e que valor se assunta?
O trabalhador pergunta!

T endo as mãos calejadas
R etratando as jornadas
A que foi submetido!...
B ravejar não faz sentido
A omissão continúa;
L egal até ser paspalho
H oje eu vou levar pra rua
O grito "viva o trabalho".


(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-30/04/2011)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

SIUZE DAVANZO

S orriso meigo, face angelical
I magem singular da natureza
U nção da minha expressão verbal
Z íngaro, se o fosse, com certeza
E ntonaria este acróstico em madrigal

D elineantes, teus cabelos lisos
A tua tez macia, aveludada
V olúpia do teu ser é deflagrada
A arrancar de mim meios concisos
N a ênfase desses meus termos precisos
Z elosos dessa beleza emanada
O nde teu corpo inteiro mostra visos.


Carlos Celso-CARCEL (21/abril/2011)

terça-feira, 19 de abril de 2011

ENTUSIASMO

Carlos Celso-CARCEL (19/abril/2011)

Essa imaginação no invisível
vendo-a perto sem estar aqui
o cheiro inebriante que senti
fez esse meu momento indescritível!

Usei meu tato para procurar-te
mas me perdi num imenso vazio
inerte o meu ser ficou sombrio
no âmago por não poder tocar-te.

Um oceano se abriu de repente
e entre as ondas dessa ilusão
eu imergi meu todo incoerente!

Pensei haver lavado tudo enfim
mas uma ferida no meu coração
faz que ainda eu permaneça assim.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

UM SONHO

Carlos Celso-CARCEL (15/abril/2011)

Dormia...
quando te vi irradiante, bela,
semblante sério, debruçada à janela
daquela casa simples,
naquela rua simples,
numa cidade simples
onde eu passava.

Pasmava!...

Senti perder as forças do andar
com passos lentos comecei vagar
naquele ambiente tão singelo
onde tudo era belo!
talvez, ali, fosse a nascente da natura;

Tua candura...
sutilmente da tua face morena
irmanada ao aroma da açucena
emanava...
embriagava
no suave deleite do meu sonho

Suponho!
que não há nada mais lindo
estavas séria
imagino-a sorrindo
não pude ver porque quando tentei
chegar a ti
então me acordei
desta viagem
do meu insólito sonho.

domingo, 3 de abril de 2011

MEU CIRCO

Carlos Celso-CARCEL (03/abril/2011)

Armei meu corco ao te conhecer,
tornei-me, então, em um palhaço;
faltou talento, hoje meu cansaço,
dentro do nada, faz-me perceber.

A descendência formou a platéia,
vasta até, que a tudo assistiu
em um passado rude que auferiu,
a mim, somente mágoa e cefaléia.

Interesseira! fui um imbecil
no meu bom senso, transformei-me em vil
palhaço que nem teve picadeiro.

Um circo imaginário que desaba
com uma vida que aos poucos se acaba
leva também meu amor verdadeiro.

terça-feira, 29 de março de 2011

INFORTÚNIO

Carlos Celso-CARCEL (29/março/2011)


Cara lacada por tanto desgoto
mórbido semblante refém da mágoa
não sei se minha lágrima enxágua
as doloridas manchas do meu rosto.

Fui construtor de um castelo lindo
nesse castelo inserí amor
meu brio tentou ser imperador
mas a desdita destruiu sorrindo.

Tinha regato, água transparente
a passarada, num jardim, contente
um colorido imenso do floral.

Hoje não vejo nada que eu via
na minha incontida fantasia,
só vejo água suja, lamaçal.

terça-feira, 15 de março de 2011

CISMA DA MORTE

Carlos Celso-CARCEL (15/março/2011)


Estou indo-me, não sei quando, mas estou;
já sinto uma mão puxar-me forte,
não sei! mas imagino seja a morte
aniquilando-me no pouco que restou!

Nasci, tive um espaço outorgado
com meu arbítrio, para fazer escolhas
tal como um pingo de orvalho sobre folhas
a enfrentar as intempéries do passado.

Eu vivi as fases diversificadas,
situações de amor ou profanadas
mas procurei no bem me inspirar.

Com meus decênios fui envelhecendo,
vi tantas coisas boas perecendo
e hoje sinto a morte me espreitar!

domingo, 6 de março de 2011

MÁ COLHEITA

De tudo que na vida eu plantei
só percebi o bom que foi colhido,
hoje de um plantio envelhecido
vivo a colher o que ignorei.

Do fruto doce sinto azedume,
vejo das plantas cairem folhagem,
o belo transformou-se em miragem,
olho a flor e não sinto seu perfume.

Um castelo de sonhos que ergui,
com a realidade do hoje demoli
e fiquei à mercê dos seus escombros.

Foram muitos meus erros, e ileso
não fiquei a ferida é este peso
da desdita que trago sobre os ombros.


(06/março/2011)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

L O U C O ?

Para ser louco não precisa atirar pedra,
rasgar dinheiro ou degustar excremento;
ter os neurônios em constante sofrimento
é a razão em que minha loucura medra.

Sinto, às vezes, o meu ego pouco a pouco
se definhando em reflexos da vida,
sem os buscar; situação indefinida
faz-me pensar, se é que penso! que sou louco.

Raciocino; sei! não sou psicopata;
busco entender o que o cérebro relata,
ou sou? e a mim mesmo engano?

Acho que não! assim o meu raciocínio
por certo estaria em declínio
e eu seria verdadeiramente insano.

(09/fevereiro/2011)