segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SENSIVEL (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=29/dezembro/2013)

SENSIVEL

Carlos Celso Uchoa Cavalcante=29/dezembro/2013)


Tanta lágrima vertida pela sensibilidade
Oriunda da saudade que causa uma despedida,
Tantos momentos na vida, às vezes de ansiedade,
Alheia à minha vontade, pela sensação sentida.

Não somente na partida, também sinto ao regressar,
Essa ânsia de chorar numa vontade incontida,
Estrutura combalida a me emocionar
Nesse meu modo de amar em proporção desmedida.

As lágrimas que derramo, nem só são de nostalgia,
Também choro de alegria, feliz meus olhos inflamo,
Tudo isto porque amo e o meu semblante irradia.

Eu sou assim desse jeito, dominado em emoção,
Portas do meu coração sempre abertas no meu peito
Onde imagino um leito pra repouso da paixão.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

BUSCANDO A PAZ (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=30/novembro/2013)

BUSCANDO A PAZ

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=30/novembro/2013)


Venho de longe, caminhando lento,
Na intensa busca do que chamo paz,
Essa constância em que a vida faz
A cada passo o meu sentimento
Ficar mais forte, aumentar o intento,
De ser feliz antes da placa jaz.

Nessa beleza tudo me apraz,
Divina dádiva da existência,
Arbítrio de viver a incoerência
De praticar o que me satisfaz
Porém a limitar-me no capaz
E preservar a minha obediência.

Estrada longa, mas na persistência,
Desse sossego que parece ausente,
Eu sigo e pareço ver presente
A abraçar, por certo, esta carência,
Galardoando em mim essa vivência

Fragilizada num buscar premente.

sábado, 2 de novembro de 2013

SETENTA E UM ANOS

SETENTA E UM ANOS
(completados em 04/11/2013)

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=16/outubro/2013)


S ão tantas coisas que a vida mostra
E xemplifica, faz a gente ver,
T antos momentos em que o ser se prostra
E mbevecido no transparecer
N egativando-se à realidade
T endo, no entanto, a longevidade,
A sapiência de um conhecer.

E assim passamos por vital estágio!

U m talismã eu fiz do meu presságio
M inha vontade imensa de viver.

A dmirei, sagrados e profanos,
N o meu viver de cidadão comum
O tempo passa e meus tantos anos
S ensibilizam-me, setenta e um!


sábado, 26 de outubro de 2013

UMA PRIMEIRA VEZ (Carlos Celso Uchôa Cavalcante)

UMA PRIMEIRA VEZ

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=23/outubro/2013)


Jamais esqueci a tez
Da morena cor do jambo
No romantismo de um mambo
Foi nossa primeira vez.

Perdi minha sensatez
No momento em que dançávamos
Ambos, ternos, nos olhávamos,
Senti sua timidez.

Extasiada, talvez,
Segurou em minha mão
Esboçando um sorriso.

Nos fomos, sua nudez,
Na cama, em frenética ação,

Levou-me a um paraíso.

LÁGRIMAS RETIDAS (Carlos Celso Uchôa Cavalcante)

LÁGRIMAS RETIDAS

(Carlos Celso Uchôa  Cavalcante=23/outubro/2013)


As lágrimas que não chorei
Que escondi ao fingir que era forte
Certamente no dia em que a morte
Buscar-me, elas, todas chorarei.

Esse pranto que no ego guardei
Afogando as mentiras que ouvi
Inundadas nas dores que senti
Quando a morte ao chegar, derramarei.

Com a falta de reciprocidade
Ao amor que na vida devotei
Às pessoas que não souberam amar.

Numa nau de mentira e falsidade
Pela vida inteira naveguei
Nessas lágrimas em que vou naufragar.


domingo, 6 de outubro de 2013

MINHA POTRA (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=04/outubro/2013)

MINHA POTRA

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=04/outubro/2013)


Esbelta potra de belo trotar,
Anca robusta, sempre que a vejo,
Sinto-me louco para cavalgar
Sobre esse dorso, cheio de desejo.

Suavemente alisar-te a crina
Fazer sentires as carícias minhas
Chamar-te, com carinho, de menina,
Criar volúpias, mesmo que mesquinhas.

Vejo-te assim, nos doces devaneios,
Nas fantasias que a mente cria
A abortar os meus febris anseios.

Se cavaleiro não posso domá-la,
Quisera, minha potra,  algum dia,
Como teu potro, eu puder amá-la.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

SILUETA DOS QUADRIS (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=02/outubro/2013)

SILUETA DOS QUADRIS

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=02/outubro/2013) 


A silueta lateral dos teus quadris
Deixa-me atônito, incólume, mas perplexo,
Ao contemplar esses traços tão sutis
Das belas curvas do seu côncavo e seu convexo.

Um pensamento frívolo, antiético,
Vai construindo-se na minha mente
Fazendo, em mim, nascer assim frenético,
Esse desejo louco, inconsequente.

Esse teu corpo mostra-me a beleza
Que é traduzida em forma do pecado
Que peja em mim nos desejos febris.

Sublime ícone, na natureza,
Não me contenho, sonho acordado,
Com a silueta desses teus quadris.



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

DEIXE-ME CHORAR (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=08/setembro/2013)

DEIXE-ME CHORAR

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=08/setembro/2013)


Deixe-me chorar, buscar meu pranto,
Que lá dentro do ego se esconde
Porque meu sofrimento não responde
À suplica em que eu clamo tanto?

Não posso dispersar uma razão
Desse bloqueio que meu ser contunde
A dor que me tortura se confunde
Com o sentimento do meu coração.

Deixe-me chorar, verter a dor,
Que jorra da pujança de um amor
Que veio o meu ser dilacerar.

Sou fragmento que não tem enxerto
Tornei-me triste, reles, sem conserto,

Portanto, apenas, deixe-me chorar. 

DESPEDIDA (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=29/agosto/2013)

DESPEDIDA

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=29/agosto/2013)


Um coração que envelhecido bate lento,
Talvez casando, fugitivo da cadência,
No esconderijo de um peito em sofrimento
Paira no tempo aguardando a iminência.

Essa que é inevitável realidade
Entre as tantas conjunturas de uma vida
Quando enfim atingimos alta idade
O nosso foco visa a cruel despedida.

Não quero ir, mas terei que ir um dia,
E nessa ida não levarei nostalgia
Porque dali os meus instintos se dissipam.

Talvez, quem sabe? Para aqueles que aqui ficam,
E que da minha convivência abdicam

Fique a saudade que eu deixar naquele dia.

VIVA A INDEPENDÊNCIA (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=26/agosto/2013)

VIVA A INDEPENDÊNCIA

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=26/agosto/2013)


No ano mil e quinhentos
Cabral andou por aqui
Daí sai gritando aos ventos
O Brasil eu descobri
Mas aqui tinha vivência
Desse detalhe me lembro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Havia um povo chamado
De indígenas e as clãs
Nosso solo era habitado
E já havia amanhãs
Onde a subsistência
Era livre a cada membro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Apoderam-se de tudo
Logo escreve Pero Vaz
Com vocábulo sisudo
Disse a terra é eficaz
Tudo dá com aquiescência
De janeiro até dezembro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Vendo Dom Pedro primeiro
Ser o nosso solo rico
Dia nove de janeiro
Proclamou dia do fico
Simbolizando eminência
Pensou até plantar cembro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Não respeitou a coroa
Que reinava Portugal
Ficou aqui numa boa
Tomou decisão final
Declarou-se a excelência
Imperador em dezembro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Tudo isso se promove
Da chegada bem depois
Foi no século dezenove
Já no ano vinte e dois
Houve muita incoerência
Que li e já não relembro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Se foi ruim no passado
Eu não sei, mas sem detalhe,
Hoje tudo está mudado
E por mais que se trabalhe
De uma enorme indecência
Sem querer te fazes membro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”

Somos hoje independentes
Apenas de Portugal
Porém vivemos contentes
Tem futebol, carnaval,
Quando sinto uma carência
De coisas boas me lembro
“VIVA O SETE DE SETEMBRO
DIA DA INDEPENDÊNCIA”



               (Uma modesta homenagem ao meu Brasil varonil com o mote: “VIVA O SETE DE SETEMBRO – DIA DA INDEPENDÊNCIA, quem quiser participar, com sua glosa, sinta-se à vontade)

domingo, 8 de setembro de 2013

SAUDADE DE PERNAMBUCO (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=02/setembro/2013)

SAUDADE DE PERNAMBUCO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=02/setembro/2013)


Pernambuco, meu estado, terra onde eu nasci,
Hoje distante de ti me sinto assim desolado
A recordar um passado que feliz aí vivi
Longe jamais esqueci, tenho em mim tudo guardado.

Pernambuco minha terra, meu grande berço natal,
É a tua capital, onde a natura não erra,
A beleza não se encerra, ali começa um aval,
Mostrando teu litoral e lá no sertão a serra.

Pernambuco do xaxado, xote, polca e baião,
De um carnaval emoção na rua o frevo rasgado,
Seu povo sempre animado, seu folclore em profusão.

Pernambuco de poetas, seresteiros, trovadores,
Desenhistas e doutores das artes mais prediletas,

Das minhas ações seletas, minha vida, meus amores.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

INSANA FANTASIA (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=29/agoto/2013)

INSANA FANTSIA

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=29/agosto/2013)


Hoje vivo confinado
Num quarto da minha casa
Com a solidão ao meu lado
E o coração em brasa.

O refrigério que antes
Imaginei que sentia
Éramos meros amantes
Foi apenas fantasia.

A estratégia do teu plano
Conduziu-me ao engano
Quando cri no teu amor.

Atirando-me ao torpor
Ofuscaste o meu fulgor

No meu viver quase insano.

domingo, 11 de agosto de 2013

AGRACIAÇÃO AO PAI (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=11/agosto/2013)

AGRACIAÇÃO AO PAI

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=11/agosto/2013)


Um amigo, um companheiro,
Uma criança crescida,
Um bom professor da vida,
Um herói, um conselheiro.

Um amor que sobressai
Na convivência da gente
Esse ser sempre presente
De quem eu falo é o pai!

Esse ícone do lar
Que soube a família amar
Sem dos filhos esquecer.

Em seu dia consagrado
Seja ele agraciado

Com o todo que merecer.

sábado, 20 de julho de 2013

FRUSTRAÇÃO DE UM BARDO (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=18/julho/2013)

FRUSTRAÇÃO DE UM BARDO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=18/julho/3013)


Era inverno! A noite fria entrava na madrugada,
No céu, a lua acanhada me inspirava poesia,
Era tudo que eu queria para saudar minha amada,
No entanto não fiz nada, pois logo chegou o dia.

A aurora anunciava o sol se aproximando,
Meu coração delirando dentro de mim marejava,
A seresta que almejava foi de mim desvencilhando
Meu violão reclamando acordes que não tocava.

Talvez, para ter coragem, primeiro visitei bares,
Saí depois a lugares onde via tua imagem
Que era apenas miragem aos meus efeitos vulgares.

Efeitos da embriaguez que me deixou aturdido
Completamente perdido já com pouca lucidez
Deixando em plena nudez todo meu tempo perdido.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

VERGONHA (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=12/julho/2013)

VERGONHA

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=12/julho/2013)


O tempo nunca parou, quem parou sei que foi eu,
Quem tantos anos viveu e vê que o mundo mudou,
 A humildade se acabou, a arrogância cresceu,
Foi só o que aconteceu, o meu ser se envergonhou!

Sou do tempo em que o jovem por senhor tratava o adulto,
Hoje tratam com insulto e picuinhas promovem,
Com mais nada se comovem, a lei lhe garante indulto,
Em meio a tanto tumulto suas culpas absolvem.

Chamam a isso progresso, modernismo, evolução,
Mas tenho a concepção que tudo isso é egresso
Razão porque me estresso e fujo à minha razão!

É triste quando a rotina foge do que a gente sonha
A decepção medonha ofusca nossa retina

Por isso atrás da cortina me escondo dessa vergonha!

VOLTA OU DEIXE-ME (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=(11/julho/2013)

VOLTA OU DEIXE-ME

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=11/julho/2013)


Faz tempo que não versejo, por não ter inspiração,
Esse tipo de emoção eu só sinto se te vejo,
Daí explode um desejo lá dentro do coração
Quando uma grande fusão elimina o meu arquejo.

Passo a respirar direito, tua presença me apraz,
Todo o bem que ela me traz vem alimentar meu peito
 Transformando-me de um jeito, me fazendo um ser tenaz,
De tudo sendo capaz, ganhando um novo preceito.

Volta! Sinto-me ofegante e você é o remédio
Para curar o meu tédio e suprir meu peito amante
Desse amor fascinante que me leva ao teu assédio.

Volta! Se ainda existe o amor que um dia a mim confessastes
Porém se dissimulastes deixa-me ser sofredor
Melhor é sentir a dor desse punhal que cravastes.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

AO MEU FILHO JORGE (acróstico)=Carlos Celso Uchoa Cavlcante(04/junho/2013)

AO MEU FILHO JORGE              (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=04/junho/2013)


J ubila-me ao ver-te já crescido,
O rgulho-me da tua vida, o esforço,
R ealidades, por quem tanto torço,
G uerreiro que por Deus é assistido
E que na sua luta é o reforço.

E ncontrarás, eu sei, o galardão,
D urante teu trajeto, conquistado,
U m filho que também é pai, amado,
A uferirá de Deus em profusão
R elíquias que deixará por legado
D o pai que te contempla emocionado

O s ditames que vêm do coração.

terça-feira, 11 de junho de 2013

TRAÍDO (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=11/junho/2013)

TRAÍDO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=11/junho/2013)

Fitamo-nos naquele dia lindo
Sorrindo...
Olhares transmissores de ternura
Candura...
Nascia nesse instante nosso amor!
Calor...
Em chamas cheias de promiscuidade.

Contudo o semear dessa semente
Dolente
Incauto, certamente, no cultivo,
Nocivo
Germina na carência do regar
Vulgar
Relacionamento, sem veracidade.

Deixamos, que crescesse, sacripanta,
A planta
E sem imaginar que a atrofia
Viria
Trazer, por instinto, logo, um broto,
Maroto,
Cumprindo o coroar da falsidade.

Traída a confiança creditada,
Ornada
De um falso sentimento, sem virtudes,
Iludes
O que sacramentamos, nosso enlace!
A face
Cruel da minha infelicidade.

Se o fruto de um romance leviano
Profano...
Concebes nas entranhas, no teu útero,
Adúltero,
O que dirás da promessa sagrada,
Casada,
Quando jurastes a tal fidelidade?.


sábado, 25 de maio de 2013

SÃO JOÃO! AUSENTE (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=25/maio/2013)

SÃO JOÃO! AUSENTE

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=25/maio/2013)


Há vezes sonho acordado, vejo fogueiras queimando,
Espigas de milho assando, um terreiro iluminado,
Todo um povo animado, bandeirolas tremulando,
O mês de junho chegando e São João festejado.

Sou nordestino ausente que vive em terra distante
Onde não se vê berrante nem carro de boi rangente
Aqui tudo é diferente, nada a mim é fascinante,
Porque pra mim mais tocante é a terrinha da gente.

Onde nasci, fui criado, cresci me tornei rapaz,
Num clima de amor e paz trabalhando no roçado,
Hoje vivendo assustado com o que a bandidagem faz.

Vou continuar sonhando, nesse clima de emoção,
Ver foguetório e balão o nosso céu enfeitando

Como se participando, com meu povo, do São João.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PERNAMBUCO (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=24/maio/2013)


PERNAMBUCO
(Acróstico)
(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-24/maio/2013)

P oema de beleza em que me inspiro
E sse teu ar praiano que respiro
R ecifes a formar o quebra-mar
N ão é só isso que te vem embelezar
A formosura da cidade grande
M uita beleza ao sertão se expande
B ucólicos, meus versos, no entanto,
U sando uma pergunta que retruco
C omo dizer em versos tanto encanto?
O que resumo é dizer: PERNAMBUCO!

terça-feira, 30 de abril de 2013

ANOMALIA (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=29/abril/2013)


ANOMALIA

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=29/abril/2013)


Cedinho quando desperto e permaneço no leito
Sinto lá dentro do peito um grande portão aberto
Aos pensamentos me oferto e em alguns me deleito
Mas não concluo proveito tudo aquilo é incerto.

São devaneios que a vida oferece sem cobrar
Fazendo-nos recordar uma trajetória ida
Às vezes quase esquecida na memória a vagar
Insistindo em habitar onde não tem mais guarida.

Levanto-me e atento vou buscar transparecer
Das lembranças esquecer indo de encontro ao vento
Sinto a brisa como alento e assim consigo esquecer.

Finjo estar entretido com afazeres do dia
Mas estando à nostalgia o meu ser submetido
De nada estou esquecido chamo a isso anomalia.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

SONETORANDO (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=22/abril/2013)


SONETORANDO

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=223/abril/2013)


Obrigado, meu Deus, por cada instante,
Que concedes de vida ao meu povo!
Quando a noite se vai lá vem de novo
Mais um dia feliz e radiante.

Obrigado, Senhor, pelo alimento,
Pelo lar, a família, a harmonia,
Pela paz que vivemos cada dia!
Essa paz que alivia o sofrimento.

Obrigado, meu Pai, pela tristeza,
Que convertes tão logo em alegria!
Corrigindo a nossa incerteza.

Agradeço por tudo, mas..., também,
Eu te peço, nos dai sabedoria,
Em nome de Jesus, teu filho, amém!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ROMÂNTICO (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=19/abril/2013)


ROMÂNTICO

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=19/abril/2013)


Ainda acho que devemos mandar flores,
Fazer seresta declamando poesia!
Quanta saudade da longínqua boemia,
Vozes românticas de antigos trovadores.

Pequenas praças no interior, eu via,
Onde casais enamorados passeavam
Nas tardes de domingos que encantavam
Em crepúsculo metamórfico do dia.

Nas noites, madrigais, na plácida rua,
Para a musa que assistia da janela
Sob a penumbra romântica da lua.

O bardo declamava para ela
Versos de amor que a mente perpetua
Como se a mente fosse a própria donzela.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

PÁGINA VIRADA (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-15/abril/2013)


PÁGINA VIRADA

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-15/abril/2013)


Sinto-me página lida pelo passado virada,
Só a lembrança, mais nada, é o que restou da vida;
A estrada percorrida na minha árdua jornada
Hoje é configurada como uma ação preterida.

Fui criança, fui rapaz, brinquei de tudo que pude,
Diverti-me amiúde em tudo que fui capaz
Agora tudo isso jaz e nada mais me ilude
Na velhice, a atitude, é só desejar a paz.

Estou velho, tive um mundo que hoje não mais existe,
Isto às vezes me faz triste porque sou dele oriundo
Mas é maior e profundo o recordar que persiste.

Tenho a recordação na minha mente entranhada
De uma vida deleitada num perfil de emoção
O que me dá comoção de ser página virada.

segunda-feira, 8 de abril de 2013


MINHA IRMÃ E EU, CRIANÇAS!

   (Carlos Celso Uchoa Cavalcante=07/abril/2013)


Recordo quando estivemos
Sob a fronde do umbuzeiro
O sol brilhando altaneiro
Mas tudo mudou, crescemos!

Éramos guris, ainda,
Habitat da inocência
Contemplando a veemência
Da natureza tão linda.

Hoje anciãos que já somos
Você e eu, minha irmã,
Só lembramos o que fomos.

Retroage a emoção
Ao lembrar cada manhã
Da infância no sertão.

terça-feira, 26 de março de 2013

ACRÓSTICO PARA MEU FILHO (Carlos Celso Uchôa Cavalcante)


ACRÓSTICO PARA MEU FILHO

A estrada da vida é muito extensa
L ado a lado estão as opções
V eemência das nossas decisões
A mostrar-se na natureza imensa
R asteando as coisas que se pensa
O fertando-as aos nossos corações.

C ertamente verás um infinito
E m caminhos a serem percorridos
L aureando um futuro bem bonito
S oberanos desejos auferidos
O porvir que te espera inaudito.

U rgirão na bravura dos desejos
C ircunstâncias que te farão ditoso
H averá aos teus olhos mil lampejos
O teu ego te fará virtuoso
A galgar os degraus dos teus ensejos.

C ercarás com vitórias teu espaço
A uferindo a felicidade plena
V iverás no futuro a bela cena
A fazer-me feliz com teu abraço
L aureando um velhinho em seu cansaço
C om orgulho e feliz por ser teu pai
A imagem do herói que já se esvai
N ão esquece de quando eras criança
T udo teu tem guardado na lembrança
E enquanto viver dela não sai.

N esses versos que fiz como conselho
E a ti dediquei querido filho
T e contempla fazendo-os de espelho
O rganiza tua vida com esse brilho.


                                       (26/março/2013)
                            Carlos Celso Uchoa Cavalcante

segunda-feira, 25 de março de 2013

O IRREAL (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-25/março/2013)


O IRREAL

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-25/março/2013)


Vi um castelo cuja estrutura
Não suportando o peso da mentira
Onde o afeto transformou-se em ira
Desmoronar ao solo da amargura.

Vi um castelo cujo arquiteto
Incauto entregar-se aos seus traços
Quando tentou com amor em seus abraços
Edificar e viu ruir completo.

Vi um castelo onde a falsidade
Caracterizando-se sustento
Não suportou o peso da verdade.

Vi um castelo quando o descarte
Do verdadeiro amor, de modo lento,
O destruiu por força de um aparte

sexta-feira, 8 de março de 2013

VIVA O DIA DA MULHER (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=08/março/2013)


VIVA O DIA DA MULHER

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-08/março/2013)


Cedinho, já acordado, mas ainda sobre o leito,
Senti lá dentro do peito reflexões do passado,
Tempo em que fui namorado, ainda havia respeito,
Tempo em que um amor perfeito, nos fazia apaixonado.


Levantei fui ao terraço, vi a caqueira florida,
Lá nas flores vi a vida quando envolvido em abraço
Carinhosa em seu regaço punha-me a mãe querida
Com ternura proferida, prazerosa, sem cansaço
.

Logo ao lado avistei com um olhar indeciso
A esboçar um sorriso a mulher que desposei
Das nossas filhas lembrei naquele instante preciso.


Essa belíssima imagem que todo homem requer,
Não importa onde estiver, receba minha homenagem,
Sincera, sem maquiagem, VIVA O DIA DA MULHER.




domingo, 3 de março de 2013

MENTIR! (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-01/março/2013)


MENTIR!

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-01/março/2013)


Mentir!
É maquiar-se e andar na chuva,
Repudiar os belos dons da vida,
É caminhar num beco sem saída,
É por a mão, já suja, em uma luva.

Mentir!
É alçar voo mesmo sem ter asa,
É iludir-se com as coisas fúteis,
É não olhar os bens que lhes são úteis,
É não priorizar a própria casa.

Mentir!
É omitir solidariedade,
É não sentir-se como criatura,
É não primar a própria compostura,
Ser irreal, viver na falsidade.

Mentir!
Comparativamente é uma finta,
É uma ação que em teu ser reluta,
Tu não enganas só a quem te escuta,
Também a ti, portanto, assim, não minta.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

CONDENAÇÃO (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-27/fevereiro/2013)


CONDENAÇÃO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-27/fevereiro/2013)

Pensei que meu coração tivesse fechado a porta
Hoje nem mais isso importa, eu sou refém da paixão,
Vivo em constante ilusão, não sei como o ser suporta,
Só sei que quem me conforta é essa esperança em vão.

O que fora fantasia buscou a seriedade
E deixou sem piedade fazer em mim moradia
Trocando a minha alegria Por essa cruel saudade
Esse amor que é só maldade, percussor  com a nostalgia.

Às vezes tento fugir, mas navego em devaneio,
Na frivolidade creio que me possas ressarcir
Desse amor que faz pungir o meu ego em louco anseio.

Mas ressarcir de que jeito? Se em ti não há amor,
Só ofereceste a dor que já nem cabe em meu peito,
Sou hoje só um sujeito condenado a sofredor.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

VONTADE (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-25/fevereiro/2013)


VONTADE

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-25/fevereiro/2013)

Minha vontade é tanta de viver o impossível,
Procurar o invisível que os meus direitos suplanta
Nessa gente sacripanta que se acha invencível
Sonegando o divisível com ideais que implanta.

Vivo sonhando com a paz, vejo crianças sorrindo,
Mas o sonho está mentindo, quando acordo se desfaz,
As placas dizendo jaz nos cemitérios dormindo
E os poderosos fingindo não ver o que o crime faz.

Crime é qualquer ação contraditória ao legal
Mas quem tem cara de pau não olha pra isso não
Veem a constituição só para fim cabedal.

Fome, doença, salário, moradia, educação,
São pautas que em questão estão sob o calendário
Ficando o papel de otário ao honesto cidadão.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

RELUTÂNCIA (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-11/fevereiro/2013)


RELUTÂNCIA

             (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-11/fevereiro/2013)

A vidraça da janela pelo orvalho marejada,
Em silêncio a madrugada, desperto, lembro-me dela,
Imagino a passarela na qual farei caminhada
A vagar buscando nada do que a mente interpela.

Nesse trajeto distante que já comecei fazer
Guiado por meu sofrer sigo um caminho errante
Nada mais é deslumbrante, já me sinto fenecer,
Na loucura do querer poder vê-la insinuante.

Mas esse desejo insano que judia do meu ego
É o que me deixa cego e me faz um ser profano
Sem enxergar o engano nem o mal ao qual me entrego.

Se ela partiu, foi embora, para nunca mais voltar!
Então, porque procurar? Algo que não mais aflora,
O meu eu que sofre e chora é que tem que acostumar.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


LEMBREI D’AVÓ MARCOLINA

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-29/janeiro/2013)

Com minha avó Marcolina
Muitas vezes conversei
Hoje dela me lembrei
De forma bem genuína.

Pareceu-me estar presente
Falando à sua maneira
Ao reclamar brincadeira
Quando dizia, “oxente!”.

Nesse “oxente” ficava
Eu também obedecia
E minha avó se calava.

Muito carinho me deu,
Perdi parte da alegria
Depois que vovó morreu.