sábado, 26 de outubro de 2013

UMA PRIMEIRA VEZ (Carlos Celso Uchôa Cavalcante)

UMA PRIMEIRA VEZ

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=23/outubro/2013)


Jamais esqueci a tez
Da morena cor do jambo
No romantismo de um mambo
Foi nossa primeira vez.

Perdi minha sensatez
No momento em que dançávamos
Ambos, ternos, nos olhávamos,
Senti sua timidez.

Extasiada, talvez,
Segurou em minha mão
Esboçando um sorriso.

Nos fomos, sua nudez,
Na cama, em frenética ação,

Levou-me a um paraíso.

LÁGRIMAS RETIDAS (Carlos Celso Uchôa Cavalcante)

LÁGRIMAS RETIDAS

(Carlos Celso Uchôa  Cavalcante=23/outubro/2013)


As lágrimas que não chorei
Que escondi ao fingir que era forte
Certamente no dia em que a morte
Buscar-me, elas, todas chorarei.

Esse pranto que no ego guardei
Afogando as mentiras que ouvi
Inundadas nas dores que senti
Quando a morte ao chegar, derramarei.

Com a falta de reciprocidade
Ao amor que na vida devotei
Às pessoas que não souberam amar.

Numa nau de mentira e falsidade
Pela vida inteira naveguei
Nessas lágrimas em que vou naufragar.


domingo, 6 de outubro de 2013

MINHA POTRA (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=04/outubro/2013)

MINHA POTRA

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=04/outubro/2013)


Esbelta potra de belo trotar,
Anca robusta, sempre que a vejo,
Sinto-me louco para cavalgar
Sobre esse dorso, cheio de desejo.

Suavemente alisar-te a crina
Fazer sentires as carícias minhas
Chamar-te, com carinho, de menina,
Criar volúpias, mesmo que mesquinhas.

Vejo-te assim, nos doces devaneios,
Nas fantasias que a mente cria
A abortar os meus febris anseios.

Se cavaleiro não posso domá-la,
Quisera, minha potra,  algum dia,
Como teu potro, eu puder amá-la.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

SILUETA DOS QUADRIS (Carlos Celso Uchôa Cavalcante=02/outubro/2013)

SILUETA DOS QUADRIS

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=02/outubro/2013) 


A silueta lateral dos teus quadris
Deixa-me atônito, incólume, mas perplexo,
Ao contemplar esses traços tão sutis
Das belas curvas do seu côncavo e seu convexo.

Um pensamento frívolo, antiético,
Vai construindo-se na minha mente
Fazendo, em mim, nascer assim frenético,
Esse desejo louco, inconsequente.

Esse teu corpo mostra-me a beleza
Que é traduzida em forma do pecado
Que peja em mim nos desejos febris.

Sublime ícone, na natureza,
Não me contenho, sonho acordado,
Com a silueta desses teus quadris.