sexta-feira, 24 de setembro de 2010

FERMENTO

Carlos Celso-CARCEL (20/setembro/2010)

Quando se fala em fermento
lembra-se logo de pão
mas não é só isso, não,
que ele faz a contento.

Além do pão tem o bolo
que muito a todos agrada
e também prega cilada
para derrubar um tolo.

Eu, porém, penso ao contrário
num fermento, imaginário,
que mexe com a emoção.

Num sujeito apaixonado
esse fermento danado
faz inchar o coração.

ESMAGADO

Carlos Celso-CARCEL (21/setembro/2010)

Amar alguém com tanta intensidade
e ser por este alguém abandonado
deixa em pedaços, até esmagado
um coração isento de maldade.

Já esmagado ele se reprime
das esperanças que podia ter
mergulhado no oceano do sofrer
e no silêncio sua dor exprime.

A expressão silenciosa em dor
faz que ele perca a crença nno amor
só o vilão que lhe judia existe.

Quanta maldade esmagar um peito,
abominável é esse preceito,
só em falar a gente fica triste.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ILUSÃO

Carlos Celso-CARCEL (20/SETEMBRO/2010)

Ilusão é pensar no impossível,
isto só não há pra Deus;
é querer ultrapassar limites seus,
é querer imaginar ser invencível.

Pensar, querer e buscar ter
são princípios naturais, como negar?
porém é necessário assimilar
que não há perfeição em nenhum ser.

Pensemos, com cautela desejemos,
com euforia branda até busquemos,
mas prepara pra não ter decepção.

Nem tudo que queremos conseguimos,
os retrocessos nós mesmos sentimos,
reagir a tudo isto é ilusão.

EU, HEM, ROSA?

Carlos Celso-CARCEL (19/setembro/2010)

Sempre há uma mais formosa
entre mulheres bonitas,
também há as esquisitas,
me desculpem! eu, hem, Rosa?

Há aquela gloriosa
que já ostentou troféu
porém debaixo do véu
ela é feia! eu, hem, Rosa?

Mas toda ela é prosa,
e para mostrar beleza
faz de tudo, eu, hem, Rosa?

Mesmo assim na minha glosa
só elogio, com certeza
mesmo sem ver! eu, hem, Rosa?

O AMOR É PRECISO?

Carlos Celso-CARCEL (19/setembro/2010)

Não sei se há precisão
no sentimento de alguém
só sei dizer que faz bem
o amor ao coração.

Porém existe momentos
que o amor também judia
em seu lugar nostalgia
muda os nossos sentimentos.

Eu já amei pra valer
também já pude sofrer
e me sentí indeciso.

Por isto é que eu assunto
no meu ego e te pergunto:
será que o amor é preciso?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

AGLAURE CORREA MARTINS (acróstico)

Homenagem à Poetisa Gall Marttins (João Pessoa-PB.
Por Carlos Celso-CARCEL (Pernambuco)

A natureza nos caprichos seus
Garbosidade usou para contigo
Lisonjeada nos encantos teus
Aprimorou aquilo que consigo
Utilizava pra tornar-te bela
Retratando em teu ser uma aquarela
Exuberante, viva, sem postigo.

Cabelos que te servem como véu
Orna teu rosto, o faz emoldurado,
Reluz com sutileza o tom dourado
Refletindo como estrelas, qual um céu;
Esses teus olhos lindos, cor de mel
A cintilar qual lume, extasiado.

Menina moça! teu rosto bonito
A te mostrar mulher com formosura
Rindo, teus lábios, derramam candura,
Teu corpo esbelto, verdadeiro, não é mito,
Insofismável é tua beleza
Nascestes do primor da natureza
Semente és pra geração futura.

JULENI ANDRADE (acróstico)

Homenagem à Poetisa Juleni Andrade (Rio de Janeiro)
Por Carlos Celso-CARCEL (Pernambuco)

Jasmins ou dálias, não importa a flor
Uma lembrança traz-me qualquer delas
Lírios ou cravos, rosas amarelas
Embasam um semblante sedutor
Na minha mente cujo esplendor
Imaculada te faz entre elas.

A juventude tua com candura
Nítidamente do teu ser emana
Despida do preceito que engana
Resolutiva aos dotes da natura
A se mostrar em pura formosura
Desvencilhando-se do que profana
Essa beleza que de tí fulgura.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

BRASIL, TU PODES!

Carlos Celso-CARCEL (08/setembro/2010)

Brasil, meu país enorme!
onde meu orgulho exerço?
tu és um imenso berço
onde ha muito tempo dorme
a justiça, a liberdade,
o direito que a lei fala,
pois ela mesma se cala
frente à desigualdade.

Brasil, meu país egrégio!
onde buscar meu progresso?
se no teu próprio congresso
só se busca privilégio;
dinheiro, poder e pompa,
tudo isto e algo mais;
são gigantes cabedais
que teu orçamento estrompa.

Brasil, meu país querido!
onde encontro meu direito?
as vezes sinto meu peito
como que está ferido,
são as marcas da maldade
a doer no coração
pela discriminação
na cruel disparidade.

Brasil, se assim tu és,
ouve o que agora te imploro!
permite usar o meu foro
para enfrentar o revés,
o revés do insensato
que se imagina rei,
não tem respeito à lei;
dá, Brasil, teu ultimato!

Brasil, de trabalhadores!
onde uns têm mais, outros menos;
faz que grandes e pequenos
tenham os mesmos valores;
tu podes, vai no plenário
valoriza quem merece,
com pulso forte enaltece
o teu fiel proletário!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

NUA

Carlos Celso-CARCEL (03/agosto/2010)

Na transparência dessa roupa fina
que te envolve, o pecado exulta,
vem aos meus olhos, me excita, insulta
através dos belos traços de menina.

Sinto hesitar a minha compostura
fragilizando-me, contemplo a tua tez
onde já sinto em tua timidez
meu desvairar pela agressão dessa candura.

Nessa miragem sinuosa do complexo,
oh! quanto é lindo o teu côncavo, o teu convexo
a misturar-se com a inocência tua.

O monumento de uma mulher bela
enfatizado nessa aquarela,
deixa-me atônito, vê-la, assim... nua.