quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

CONDENAÇÃO (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-27/fevereiro/2013)


CONDENAÇÃO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-27/fevereiro/2013)

Pensei que meu coração tivesse fechado a porta
Hoje nem mais isso importa, eu sou refém da paixão,
Vivo em constante ilusão, não sei como o ser suporta,
Só sei que quem me conforta é essa esperança em vão.

O que fora fantasia buscou a seriedade
E deixou sem piedade fazer em mim moradia
Trocando a minha alegria Por essa cruel saudade
Esse amor que é só maldade, percussor  com a nostalgia.

Às vezes tento fugir, mas navego em devaneio,
Na frivolidade creio que me possas ressarcir
Desse amor que faz pungir o meu ego em louco anseio.

Mas ressarcir de que jeito? Se em ti não há amor,
Só ofereceste a dor que já nem cabe em meu peito,
Sou hoje só um sujeito condenado a sofredor.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

VONTADE (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-25/fevereiro/2013)


VONTADE

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante-25/fevereiro/2013)

Minha vontade é tanta de viver o impossível,
Procurar o invisível que os meus direitos suplanta
Nessa gente sacripanta que se acha invencível
Sonegando o divisível com ideais que implanta.

Vivo sonhando com a paz, vejo crianças sorrindo,
Mas o sonho está mentindo, quando acordo se desfaz,
As placas dizendo jaz nos cemitérios dormindo
E os poderosos fingindo não ver o que o crime faz.

Crime é qualquer ação contraditória ao legal
Mas quem tem cara de pau não olha pra isso não
Veem a constituição só para fim cabedal.

Fome, doença, salário, moradia, educação,
São pautas que em questão estão sob o calendário
Ficando o papel de otário ao honesto cidadão.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

RELUTÂNCIA (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-11/fevereiro/2013)


RELUTÂNCIA

             (Carlos Celso Uchôa Cavalcante-11/fevereiro/2013)

A vidraça da janela pelo orvalho marejada,
Em silêncio a madrugada, desperto, lembro-me dela,
Imagino a passarela na qual farei caminhada
A vagar buscando nada do que a mente interpela.

Nesse trajeto distante que já comecei fazer
Guiado por meu sofrer sigo um caminho errante
Nada mais é deslumbrante, já me sinto fenecer,
Na loucura do querer poder vê-la insinuante.

Mas esse desejo insano que judia do meu ego
É o que me deixa cego e me faz um ser profano
Sem enxergar o engano nem o mal ao qual me entrego.

Se ela partiu, foi embora, para nunca mais voltar!
Então, porque procurar? Algo que não mais aflora,
O meu eu que sofre e chora é que tem que acostumar.