sábado, 10 de março de 2012

INQUIETUDE

Carlos Celso Uchoa Cavalcante


Uma hora já é, perdi o sono.
levantei-me da casa, vim pra sala;
no meu quarto o cheiro que exala
é do nada, o cheiro do abandono.

Quando ainda na cama, me virava
de um lado pra o outro, inquieto
a fitar as paredes e o teto
lá no ego, baixinho eu murmurava.

O seu nome, às vezes eu não sei
só que muitas, eu balbuciei
no momento insone que sozinho.

Levantei-me do meu leito a sofrer
e na sala vim me entorpecer
no efeito das doses de um vinho.


(dezembro/2004)

Um comentário:

Elisa Zambenedetti disse...

Belíssimo soneto, poeta!
Adorei!
Beijos.