terça-feira, 3 de maio de 2011

CONSTERNAÇÃO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante-17/04/2011)

Nada direi se não me perguntares
nada farei se não me exigires
só te olharei na hora que partires
e abraçarei se um dia tu voltares
não pedirei jamais para ficares
cultivarei no peito este meu bem
sei que ninguém na vida é de ninguém
então, se queres ir, partes com Deus
deixa-me aqui com os sonhos meus
que são somente meus demais ninguém.

Quando pensei fosse realidade
a convivência em que o amor fruia
vejo chegar sutil a nostalgia
com quem jamais eu quis cumplicidade
trazendo-me tristeza e saudade
para ocupar o vazio do meu ego
quando inteiro à solidão me entrego
ou me entregas com a tua ida
não sei por quanto tempo em minha vida
vou suportar a dor que já carrego.

Suportarei o quanto for possível
esta aliança de saudade e dor
não posso refutar o meu amor
um sentimento forte invencível
a corroer um peito perecível
que se desgasta pela despedida
inolvidável da tua partida
que demoliu meu castelo de sonhos
os meus momentos hoje são tristonhos
trago na face uma dor refletida.

Com radical impulso decidistes
abandonar-me e ir-se pelo mundo
deixando-me aqui tão moribundo
desde aquele instante em que partistes
meu sofrimento, eu sei que ainda vistes
e mesmo assim a tua decisão
não provocou nenhuma comoção
um coração de pedra há em teu peito
porém se tu voltares eu te aceito
eu só não quero a tua compaixão.

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