quinta-feira, 15 de abril de 2010

ME ABANDONASTES

Carlos Celso-CARCEL

Fui para casa, triste, desolado;
jamais pensei viesse acontecer
em um momento belo abandonado,
pela mulher que amo, fosse ser;
eram palavras lindas que eu dizia
ou pelo menos eu tentei dizer,
mas ela poucas delas respondia.

Foi de repente, eu nem percebí,
inesperadamente ela saiu,
um simples adeus eu não ouví,
só mesmo pressentí que ela sumiu
sem dizer nada, sem dizer pra onde,
desde a hora em que ela partiu
minha tristeza de ninguém se esconde.

Porque fizestes isto? te pergunto
e mesmo não estando a me ouvir
farei, para que saibas, adjunto
meu desalento a este teu partir;
sumistes de maneira inesperada
sem me deixar um sonho de porvir
mas continúas sendo minha amada.

Qual um torpedo que a nau atinge
tua partida atingiu meu ego
que indefeso ao amor se restringe
quando dolente ao sofrer me apego
com esperanças que não seja tarde
ao devaneio aqui me entrego
com a ferida que no peito arde.

Mesmo que tombe, até desfaleça,
sei não é fácil apagar a chama
de um coração enfermo que padeça
em consequência de perder quem ama;
persistirei nesta vontade infinda
alimentando o que meu ser reclama
vê-la de novo, a voltar ainda.

Que tua volta seja espontânea
não vou querer de mim se compadeça
nem mesmo em atitude instantânea
assim prefiro que nem apareça
pois o amor que sinto deprimente
me faz querer, nem mesmo que eu faleça
somente o teu se for sinceramente.

Assim, meu grande amor, tua partida
inesperada sem dizer adeus
abriu também em mim esta ferida
que inflamou os sentimentos meus,
que me deixou à mercê do desdém
que me humilhou com os caprichos teus
por desejar que me ames também.

(14/julho/2007)

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