domingo, 30 de agosto de 2009

SAUDADE DE SERTÂNIA

(Carlos Celso-CARCEL)


Minha memória pint'uma aquarela
onde reflete a singular beleza
que é retratada pela natureza
em tí, que entre tantas, és mais bela;
vejo no grande quadro essa janela
que mostra-te, SERTÂNIA, com destreza.

Nesse teu seio quente acolhedor
fui abrigado como um filho nato
e numa mútua transição, de fato,
eu te amei e tive o teu amor;
hoje, SERTÂNIA, sem o teu calor,
ausente, sinto-me um abstrato.

Fui andarilho, percorrí quadrantes,
em outros meios eu fui abraçado,
até feliz eu fui, mas... fascinado
por tí, SERTÂNIA, ví os meus instantes
se transformando em fases consoantes
a um amor eterno incontrolado.

Só quando durmo, se isto consigo,
é que a saudade de mim divorcia,
mas... se não durmo, passo noite e dia,
mesmo distante, a conviver contigo
buscando no silêncio um abrigo
que acalente minha nostalgia.

Não é apenas o simples cotejo
de um poeta amante e saudoso
desse teu ego que o fez ditoso
que possa transformar-te em vil lampejo,
é o que tens e transparente vejo
qual fosse um ícone misterioso.


(Sertânia é uma cidade do interior Pernambucano, há + ou - 300 km. do Recife, sua capital. Lá cheguei, viví por mais de duas décadas e hoje canto-a saudoso onde quer que eu esteja) 10/abril/2008

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