quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SENTENÇA DE TE AMAR

(Carlos Celso-CARCEL)

Se não gostas de ouvir falar de amor
acho estranho mas mesmo assim respeito
outras coisas eu tenho no meu peito
que transforma alegria em dissabor
essa metamorfose que é pungente
desenvolve de modo inconsequente
um constante sentir chamado dor.

Falarei na modéstia dos meus versos
simplesmente de mim na solidão
gostaria de unir os universos
que talvez desse mais inspiração
porém esse gostar é devaneio
entre eu e você há um bloqueio
onde a sós eu te vejo em multidão.

O pior é saber que tudo sabes
que nessa transbordância do meu peito
entre dores e mágoas também cabes
e habitas impondo um preconceito
sem olhar qualidades ou pudor
sem medir na pessoa o seu valor
tú pareces só ver em mim defeito.

Também tenho virtudes, isto sei
mas não vês, não percebes, que fazer?
te mostrar as virtudes eu tentei
mas de mim nada queres tu saber
o amor não o vemos mas existe
sentimento que neste ser persiste
judiando de um peito a sofrer.

Mas o amor que não queres escutar
é o amor que transborda no meu ego
não reclamo a sentença de te amar
à cadeia dos sonhos me entrego
sofrendo por não ser correspondido
sei que estou na sentença incumbido
de carregar a dor que já carrego.

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