quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SOLIDÃO ACOMPANHADA

(Carlos Celso-CARCEL)


Estou entre vocês, porém, sozinho;
não tenho pais porque já faleceram,
esposa e filhos que me envelheceram
seriam aconchegos do meu ninho.

Que ninho, que nada, estou jogado à toa,
falta-me apoio da mulher que desposei,
autoridade com os filhos já nem sei
se da minha voz cansada e rouca ainda ecoa.

É triste envelhecer como envelheço,
será, meu Deus, que isto eu mereço?
meu próprio sangue me fazendo rejeitado?

Sou solitário mesmo entre tantos,
minh'alma desolada chora prantos
para regar a solidão acompanhada.

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