terça-feira, 8 de setembro de 2009

DESPREZO

(Carlos Celso-CARCEL)


Pensei que me amares fosse fato
desde a hora que te conhecí,
hoje percebo nunca a possuí
teu abandono me fez ver no ato.

Outrora tanto eu quanto você,
qual animal que não possui um dono
em doloroso e triste abandono
vivíamos totalmente a mercê.

E te amei deveras com paixão,
te precisava, eu estava ao chão
e me ergueste, me levaste ao alto.

Hoje, depois de tantos empecilhos
somos casados, temos tantos filhos
e me desprezas neste sobressalto.

Um comentário:

chagoso disse...

Belíssimo soneto, poeta. A lamentação pelo amor que se esvai depois da glória do apogeu é sem dúvida um tema muito triste, mas rico em elementos poéticos.