sábado, 12 de setembro de 2009

MÃE, UMA SANTA

(Carlos Celso-CARCEL)


Eis que o crepúsculo caía lento,
brando soprava um suave vento,
mas... alí naquela casa alguém gemia.

Não era dia, o sol já se punha,
um corpo arranhado pela unha,
em dores, desprendia sua madre.

E a comadre, como assim chamavam,
alí de perto, às pressas buscavam
resolutiva para aquela hora.

Jovem senhora contorcida em dor
dividia sofrimento com amor
quando do ventre ansiava o parto.

Naquele quarto onde acontecia,
já uma jovem mãe alí sorria
trocando as dores por suavidade.

Felicidade ocupava os cantos
daquela casa onde ouvimos prantos
não por lamento mas por dor sentida.

É uma vida que outra vida gera
e com sentimento persevera
na existência desse novo ser.

Que vai crescer amado com ternura
observado na sua candura
pela mãe que o concebeu e deu à luz.

Assim traduz um poeta que vibra:
ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração, e eu o que direi?

Só sei que escutando tanto
qualquer assunto sobre mãe é santo
e nada mais que isto sei dizer.

Pois ao fazer a sua semelhança,
Deus tudo sabe, teve a lembrança
maravilhosa e fez a mulher.

Não é qualquer, a fez pra procriar,
para ser mãe, só não lhe deu altar.
mas... também sei, a fez para ser santa.


(06/maio/2004)

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